“Seu colega come tão bem! Seu amigo é tão comportado!”: o efeito da comparação na educação dos filhos

Mãe de aproximadamente trinta e cinco anos, cabelos lisos e castanhos, vestida com uma regata azul segurando sua filha de aproximadamente cinco anos no colo, sua filha é ruiva de cabelos cacheados. segurando o rosto da mãe com ternura e segurança, sorrindo para ela.

Vamos falar sobre comparações? É muito comum usarmos ou vermos as pessoas usarem comparações para estimular a criança a fazer algo. Quantas vezes comentamos coisas como “fulano come muito bem”, “tal coleguinha da escola se comporta” e “o primo é calmo e não faz birra”?. 

Poderia citar, aqui, milhões de exemplos de comparações que fazemos com a criança em relação ao seu comportamento, usando como referência outra criança próxima, alguém da família ou amiguinho da escola, principalmente.

Quais são as consequências das comparações na educação dos filhos?

Essa questão pode agravar muito os comportamentos desafiadores da criança, porque, como já falei aqui no blog algumas vezes, o objetivo principal da criança é se sentir amada, aceita e importante. 

Por isso, quando ela é comparada com outra criança, não desenvolve esse senso de conexão e de autoaceitação. O que ela vai pensar sobre si mesma? Que não é boa o suficiente: “não importa o que eu faça, a minha mãe ou o meu pai não vai gostar de mim se eu não for igual ao fulano”.

Por mais que às vezes você esteja falando de uma característica da outra criança, o seu filho não tem essa percepção. Ele vai entender que, por ele não ser igual ao outro, mesmo em relação a uma característica, não é bom o suficiente, ou seja, quem ele é — a melhor versão dele — não é suficiente para você amá-lo.

O senso de pertencimento e autoconfiança: o que têm a ver com a comparação 

É importante que a gente se pergunte diariamente: estou oferecendo ao meu filho a chance de sentir o meu amor incondicional? Estou contribuindo para que ele desenvolva senso de pertencimento? 

Mais ainda: ele está seguro de que pode ser quem é, e que isso basta? É importante nos fazermos essas perguntas diariamente e, se a resposta para alguma for “não”, é porque precisamos fazer o exercício de corrigir isso. 

O que podemos fazer todos os dias para construir uma conexão com a criança, um caminho que dê a ela segurança de amor incondicional?

Quando a criança é comparada com outras, ela se torna desencorajada a ser ela mesma, e uma criança desencorajada tem grandes chances de se comportar mal, não é mesmo? Não há nada mais encorajador do que ser aceito e amado como você é!

Como corrigir a criança sem comparar?


Mostrar para a criança que ela é aceita e amada como é não significa aceitar todos os comportamentos dela, e aplaudir um comportamento desafiador. Significa ajudá-la a se aceitar como é, a melhorar, aprender, fazer diferente, evoluir e ajustar os seus comportamentos, mas se aceitando e se amando com todos os seus aspectos, positivos e negativos.

Outro ponto-chave é que quando nos aceitamos, amamos, nos valorizamos, lidamos com os nossos erros de forma positiva, nos vemos e queremos bem, nos damos amor incondicional para nós mesmos, também ensinamos sobre isso para as nossas crianças. 

Então, deixo para você, com muito carinho, essa reflexão!

Abraço forte.

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Mariana Lacerda

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.

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