Estou começando a educar com respeito: como meu filho vai entender isso?

Familia abraçando, com a mãe branca, loira, com os cabelos soltos segurando a filha mulata no colo, a filha aparenta ter três anos de idade, semblante feliz e com um grande sorrido no rosto, e o pai ao lado, um jovem, negro, careca com blusa de malha branca e magas compridas.

“Mari, como faço para me reconectar com os meus filhos sendo que eles já estão acostumados a me ver brigar e punir? Como me reaproximar deles e fazê-los entender que vou agir diferente?”. 

Recebi essa pergunta e a achei muito boa para refletirmos juntos, porque quando viemos fazendo um caminho de desgaste na relação, brigando e colocando castigos, é natural que as crianças estejam esperando somente por isso.

De repente, você começa a trilhar um novo caminho 

Quero aproveitar para dizer que tenho muito orgulho das pessoas que assumem e trazem para si essa mudança tão importante na forma de educar os filhos, porque é algo novo e totalmente diferente a ser seguido.

Algumas pessoas já estão buscando informação sobre educar com respeito e procurando aprimorar, enquanto, para outras, esse é um universo totalmente novo. Por isso acho muito corajoso e importante reconhecermos o quão difícil pode ser.

Sinto muito orgulho e admiro a tomada de decisão de um pai ou mãe que vinha trilhando um caminho e, em determinado momento, diz: “não quero mais isso para a minha vida e dos meus filhos”. 

Na prática, como se reconectar com seus filhos? 

Gosto muito de trabalhar a reparação. O que é reparar? Como me reconectar com meus filhos? Com o amor. Posso, simplesmente, criar momentos de mais interação, momentos exclusivos com eles, sem celular e TV, fazer passeios ou estar simplesmente por perto, trocando carinhos. 

Quando praticamos a punição, a criança entende que não a amamos, mas ela precisa ter certeza desse amor. Eu sei que não existe uma mãe e um pai que não ama os filhos, né? Mas as nossas atitudes podem mostrar para eles o contrário do que sentimos.

Essa reconexão não acontecerá somente quando falamos “eu te amo”, mas também quando vivenciamos, juntos, momentos de carinho, afeto, atenção e troca de olhares, sem eletrônicos ou outras pessoas; um momento realmente exclusivo! 

Reuniões de família: a importância disso para a conexão com os filhos

Outra coisa que pode auxiliar nessa reconexão, são as reuniões de família. O que são? Momentos semanais em que a família se encontra para trazer os desafios, olhar para aquilo que está difícil e que é importante de ser resolvido, pensando, juntos, em soluções. 

Nesse momento, podemos, ainda, reconhecer aquilo que cada um fez de bom durante a semana, praticando a gratidão. 

A minha outra sugestão é fazer a prece do ho’oponopono, que fala: “sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato”. Você pode verbalizar isso para a sua criança ou pode tirar um momento do seu dia para fazê-la internamente. 

Essa é uma prece muito completa de reconexão e limpeza de memórias negativas. Eu gosto muito dela!

Como meu filho vai entender que agora decidi agir diferente? 

Na própria reunião de família e quando estivermos criando soluções em conjunto para os desafios! A criança simplesmente perceberá! Vai ficar claro que você está agindo diferente, porque ao invés da proposta ser “quem não guardar os materiais escolares vai ser punido”, será “que solução temos para resolver esse problema?”.

Dessa maneira, ficará muito claro para as crianças que os desafios já estão sendo resolvidos de uma outra forma! 

Espero que este texto apoie todas as pessoas que tenham essa dúvida. Um beijo e até o próximo encontro.  

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Uma resposta

  1. Estou trilhando nessa nova estrada…mas já sinto as diferenças !!
    Obrigada por compartilhar tudo o que você sabe, acabei de adquirir seu livro restou lendo com muita calma para poder compreender tudo com amor.
    Gratidão !!

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Mariana Lacerda

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.

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É possível Educar sem Punir?

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