Como fica a cabeça da criança quando nem todo mundo acredita no educar com respeito?

familia em um local aberto e verde, em harmonia e muito alegres, estão de mãos dadas, com os pais nas pontas sustentando a filha no meio em um salto que ela está dando no ar.

Uma dúvida muito comum que surge quando estamos no processo de educar com respeito é: “como fica a cabeça da criança quando as pessoas próximas a ela não buscam educar com respeito, não conhecem ou se interessam por estratégias de comunicação positiva? ”.

Isso costuma gerar bastante angústia, porque quando tomamos consciência da importância de educar uma criança com respeito e de se comunicar sem violência, sabemos a proporção dos estragos, digamos assim, que a punição ou a permissividade podem causar. 

Então, o que fazer diante disso?

Não podemos mudar ninguém, apenas nós mesmos

O melhor a fazer é dar nosso exemplo. Por meio do nosso exemplo de relacionamento com a criança, mostraremos e ensinaremos para as pessoas que se relacionam com ela como proceder. 

Se estamos vivendo um momento desafiador e outra pessoa interfere ou age com a criança de uma maneira fora do que acreditamos ser respeitosa, temos 2 ótimas opções. 

  1. Podemos ser a voz da criança: coloque-se no lugar da criança e manifeste para o outro adulto como ela se sente e o que está passando pela cabeça dela; é literalmente assumir a voz dela no momento ou, se for cabível, colocar limite no adulto. 
  2. Ter uma lista mental do que é tolerável e do que não é de fazerem com nosso filho: basicamente definir o que o outro faz com meu filho que não segue a mesma linha que eu, mas que eu tolero, e aquilo que eu não admito. Precisamos deixar muito claro para as pessoas os limites importantes que fazem bem para a gente, para o outro e para a criança.

É preciso sair da zona de conforto para educar com respeito

Não podermos criar expectativa sobre o comportamento e a visão dos outros adultos, até porque coisas como a punição e a permissividade estão instaladas internamente nas pessoas. Primeiro, é preciso que a pessoa sinta necessidade e vontade de sair desse piloto automático. Trata-se de uma decisão de dentro para fora.

Por isso, realmente o que podemos fazer é ensinar pelo nosso exemplo, mostrando o quanto estamos conectados e o quanto a criança confia na gente e estabelece um relacionamento de segurança, autoconfiança e autoestima. Tudo isso surge a partir da nossa maneira de educar. 

Com jeitinho, convidamos as outras pessoas à nossa volta a vivenciarem isso também.

Desmistifique alguns conceitos e dissemine informações sobre educar com respeito

Podemos, ainda, marcar as pessoas em textos e vídeos, compartilhar materiais e conversar — mas desde que exista um mínimo de abertura para isso, né? 

Outro ponto de reflexão é confiarmos que os cuidadores principais são a base da criança. Como agimos com a criança é muito mais forte do que as pessoas que eventualmente se relacionam ou até mesmo convivem o dia todo com ela. Os pais ou os cuidadores principais da criança são, realmente, a referência mais forte. 

Ah, e precisamos lembrar que se há divergência entre os cuidadores, a criança percebe quem constrói um relacionamento com ela de respeito e sabe que é a pessoa com quem pode contar. Ela vai construir relacionamentos diferentes com esses adultos e, no futuro, os adultos vão colher os frutos desse relacionamento construído. 

Espero ter contribuído com você! Sei que essa é uma dúvida que nos angustia, mas vamos seguindo firmes no nosso propósito de educar com respeito, nos convidando a fortalecer o que acreditamos e o nosso aprendizado. 

Assim, nos sentiremos mais à vontade para educar com respeito mesmo que outras pessoas à volta da criança não façam o mesmo, tá bom?

Um beijo e até o próximo.

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Mariana Lacerda

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.

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