O comportamento da criança e a relação de confiança

Mãe lançando um olhar carinhoso e acolhedor sobre a sua filha pequena de aproximadamente dois anos que está com um semblante mais sério

Sinto que, muitas vezes, focamos a nossa energia em dizer para a criança o que ela deixou de fazer — normalmente, algo que já combinamos com ela e repetimos diariamente. Chegamos a pensar e até a falar que não podemos mais confiar nela. 

Outro ponto de atenção é que, sem perceber, acabamos reclamando e pontuando a forma como ela se expressa — que ela fala tudo reclamando, chorando e gritando, por exemplo. 

Com isso, resta pouco tempo e energia para encorajá-la, dizê-la o quanto a admiramos e amamos a sua forma de se expressar, manifestar, colocar sua opinião — o quanto confiamos na sua capacidade de fazer coisas certas.

Será que já falamos isso para os nossos filhos? Ou usamos toda a nossa energia para o contrário? 

Estamos falando, aqui, em permissividade? Com certeza não. Vamos colocar limites, pontuar comportamentos que não são legais, mas, caso a criança tenha uma atitude contrária do que esperávamos, é mesmo necessário dizer que não confiamos nela? 

Podemos, claro, dizer coisas em relação ao comportamento e à escolha dela, como: “Você se comportou dessa maneira, que eu não acho adequada, mas também está aprendendo com isso, e vai tirar aprendizados”.

Você confia no seu filho? A importância da relação de confiança

A nossa falta de confiança na criança nos faz repetir o que ela não fez, que não podemos confiar, que ela nunca faz bem feito. Vamos imaginar uma balança e dois pesos: negativo e positivo. 

Nossa energia vai mais para as reclamações — que, inclusive, deveriam ser feitas em relação ao comportamento, mas fazemos direcionando à criança — ou para a confiança e o encorajamento? 

O quanto passamos para as nossas crianças essa ideia de pertencimento, de que essa criança pertence mesmo com os erros, e que a amamos na derrota e na vitória?

É importante falarmos para a criança que ela é amada

Normalmente, claro que sem intenção, fazemos parecer para a criança que se ela não se comportar da maneira como queremos, não será amada. Cada vez que ela é punida, castigada, recebe uma correção física ou emocional, confunde o amor incondicional existente por ela.

Você não ama menos o seu filho quando ele erra, não é mesmo? É claro que você pode ficar chateado, com raiva, frustrado, mas, você não deixa de amar a criança e, às vezes, a gente não deixa isso claro para elas. Isso não quer dizer que a gente não está colocando limites, pois essa condução é colocada no comportamento e não na criança.

Precisamos aprender a fazer essa diferenciação. Misturamos muito as coisas, e as crianças acabam também misturando, não desenvolvendo esse senso de autoconfiança e pertencimento. 

Vamos pensar sobre isso, vamos fazer esse exercício de dizer para os nossos filhos que confiamos que eles são capazes de fazer boas escolhas, que confiamos nas suas escolhas, admiramos como se expressam. 

Que a gente deixe bem claro sobre o nosso amor incondicional. Espero que você leve essa reflexão consigo e compartilhe com outras pessoas.

Com carinho, 

Mari.

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Mariana Lacerda

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.

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