Impor limites é o caminho? Que tal construir as regras com as crianças?

mãe parda, de cabelos ondulados, com um grande sorriso no rosto, com os braços esticados olhando para trás e com os braços abertos apoiando as mãos da filha que está com os braços abertos como um pássaro, olhando sorrindo para baixo em direção aos olhos da mãe, a menina tem aproximadamente cinco anos, negra dos cabelos cacheados e soltos.

Já pensou na possibilidade de dar aos seus filhos oportunidade de perguntarem sobre as regras? Sabemos que limites são importantes, e nós, como pais que valorizam a educação com respeito, acreditamos em respeito mútuo. 

No lugar de “limites”, prefiro até usar as palavras “contorno” ou “margem”. Ao contornar, ao margear a criança, oferecemos limites sem barreiras — assim como a margem oferece limites para o rio, mas sem um distanciamento. 

O limite, muitas vezes, soa como barreira, e não é nesse lugar que acredito estarem a educação com respeito e o nosso papel como educadores.

Como praticar a educação com respeito e, ao mesmo tempo, guiar a criança?

Com a Disciplina Positiva, guiamos a criança no caminho a ser percorrido, assim como a margem oferece direcionamento para o rio. Só que, nesse percurso, é possível que o rio questione a margem, assim como é possível que nossos filhos nos perguntem e queiram entender as regras ou mudá-las. 

Normalmente, recebemos essa postura dos filhos de uma maneira muito negativa, né? Entendemos que esses questionamentos estão relacionados à desobediência. Que tal revermos isso? 

O fato das crianças perguntarem não significa que vão ser mal educadas, que não vão cumprir as regras ou “os limites”. Significa, na verdade, que querem ter voz, se manifestar, entender, fazer parte e pertencer aos ambientes aos quais estão inseridas. 

Então, quando nossos filhos questionam, é porque querem  trazer um pouco de si para determinada realidade. 

O medo da desobediência e a conexão necessária

Às vezes as crianças não vão fazer o que queremos ou esperamos, e precisaremos entrar num consenso com elas. Ao mesmo tempo, precisaremos ser firmes e gentis ao determinar as regras. 

Uma dica que eu dou é dar um passo para trás e ouvir mais a criança, sem achar que os questionamentos dela são um problema. Tudo bem a criança perguntar — não se trata de um ataque pessoal. 

Percebo que, vendo por esse ângulo,torna-se mais fácil aceitar o comportamento da criança como algo natural e que constrói o adulto que ela será no futuro: um adulto que sabe se posicionar, questionar, que não é submisso, que sabe olhar para os próprios limites. 

Por que as crianças questionam? E por que isso é bom?

Quando a criança questiona, está olhando para os próprios limites e se colocando — algo extremamente importante para a vida adulta. Isso não quer dizer que ela vai desrespeitar, não ter empatia com o outro e descumprir as regras. 

É possível que exista esse espaço. Não adianta querermos estar nesse caminho de educar com respeito, com afeto e com conexão, e não dar esse espaço. 

Enquanto enxergarmos esse contexto como desobediência, não vamos conseguir nos conectar com os nossos filhos, porque estaremos com um olhar negativo, entendendo que esse comportamento é ruim e precisa ser controlado, certo?

Que tal tentar esse exercício?

Um beijo e até a próxima!

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Mariana Lacerda

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.

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