COMO MANTER A CALMA PARA TOMAR AS MELHORES DECISÕES NA RELAÇÃO COM OS FILHOS

silhueta rosto mulher

Hoje eu quero falar com você sobre saber tomar uma decisão do que vamos fazer, ao invés de tomarmos uma decisão do que vamos fazer com a criança. Ainda parece confuso ou que as duas coisas são iguais, né?

Mas existe bastante diferença. Normalmente, quando a criança tem uma atitude ou um comportamento que a gente não gosta ou que foge da nossa expectativa, começamos a pensar o que fazer com ela: “será que agora eu coloco de castigo, no cantinho do pensamento, será que eu ignoro, deixo pra lá, bato, ameaço, ofereço uma recompensa…”.

O nosso cérebro começa um processo de querer tomar uma decisão do que fazer com as crianças em determinados momentos.

Distancie-se da situação para tomar uma decisão

Nesse ponto, eu quero fazer uma proposta, que é pensarmos: “o que EU vou fazer?”. Por que isso é importante e pode fazer toda a diferença nesses momentos de conflito? Porque quando eu decido como lidar com a situação, saio do foco de simplesmente corrigir a criança a qualquer custo — independente das minhas emoções e das emoções dela.

Eu passo a focar mais no comportamento e, se paro para pensar e decidir o que vou fazer, tenho mais condições de lidar com as minhas emoções, ter autocontrole e de poder ajudar a criança, depois, em um outro momento.

Isso não significa que a gente não vai corrigir ou que, simplesmente, vamos deixar para lá, mas, se você decidir com calma, terá muito mais condições de agir melhor, porque vai se sentir melhor e mais confiante.

Ferramentas para manter a calma e saber decidir melhor

Você pode tomar decisões melhores e mais leves com escolhas simples, veja só:

  • Contar até 10;
  • Respirar fundo;
  • Fazer o mantra “eu sou o adulto” — que é olhar para aquela situação e não se colocar no lugar infantil também, evitando até iniciar uma disputa de poder com a criança;
  • Pedir ajuda do(a) companheiro(a);
  • Sair um pouco e ir lá fora buscar um ar;
  • Entrar no banheiro e tomar uma ducha.

Você pode decidir por manter o seu autocontrole e não colocar sobre a criança toda a sua expectativa e tudo aquilo que gostaria que ela fizesse.

O cérebro primitivo e as más decisões

A lógica é se sentir melhor para agir melhor. É interessante pensarmos sobre esse aspecto, porque por mais que pareça óbvio, já percebeu como agimos mal quando não estamos nos sentindo bem?

Normalmente, agimos pelas emoções mais primitivas — talvez você já tenha lido no meu blog um texto sobre o “cérebro primitivo”, em que a gente fala que quando ficamos frustrados, contrariados e com raiva, usamos o nosso cérebro primitivo, que nos impede de tomarmos decisões racionais, porque ele é o nosso lado emocional.

Então, quando decido o que vou fazer, impeço o meu cérebro primitivo de ser mais forte e de ser maior, pois eu uso o meu lado frontal, a minha parte inteligente e humana. Aí, sim, posso decidir o que fazer com as crianças, porque vou ter mais condições de realizar melhores escolhas: se é conversar, olhar nos olhos, distraí-las, pensar em soluções junto com elas, lidar com aquele comportamento etc,

Essa reflexão foi útil para você? Me conta aqui nos comentários?

Com amor, Mari.

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11 respostas

  1. Foi mto útil sim. + existem situações em q não tenho tempo p/ dar uma pausa p/ me acalmar. Como por exemplo a luta diária q tenho em levar minha filha p/ escola. Qdo tem q parar o q está fazendo (geralmente vendo TV após o almoço) chora, reclama, enrola… Pq não quer ir p/ escola. E não tenho tempo p/ me acalmar, senão ela se atrasa na escola e eu no trabalho. 😓

  2. Foi muito útil, pois as vezes tomo a decisão na hora errada, e depois fico me sentindo culpada, porque perco o controle da situação, Mari eu estou com dificuldade com o meu filho ele só tem 7 anos e já quer me enfrentar em determinadas situações.

  3. Muito bom. Esse tiquinho de tempo para tomar uma atitude faz toda a diferença . Agir na raiva , ou porque o cansaço nos dominou gera a nossa frustração também , porque não resolve , pelo contrario alimenta a birra,o choro descontrolado , a disputa até o bate boca. É sofrimento dos lados. Já aconteceu comigo de sair de cena, digo que vou fazer xixi e lá me controlo pra tomar uma atitude . Claro, que agora como vó, cuidando de criança não é nada fácil, porque minha autonomia é limitada e o coração é mais mole.

  4. Oi,Mari! Esta reflexão foi muito útil para a minha visão de adulta neste momento,pois nem sempre penso como adulta.
    E aí,refleti sobre o que você escreveu e vejo como preciso me sentir adulta e olhar a criança como criança para podermos criar cada vez mais empatia.

    Muito obrigada.

  5. Gostei sim, estou com problemas para resolver em relação a minha filha de 7anos.vou prática as dicas recebidas

  6. “Eu sou o adulto” é a melhor! Isso tem me ajudado muito a manter a calma, olhar o momento de birra/crise com outros olhos e lidar melhor com a situação. Obrigada!

  7. Minha filha tem 1 ano e7 meses mas já fala e tem suas vontades kkkk
    É um sonho que se realiza a cada dia, estou aprendendo bastante com seu trabalho, não sabia o que fazer para ter uma alternativa de educação que dissesse não a violência em todas as suas formas

  8. Muito útil sim vai me ajudar com minha filha de três aninhos que adora fazer uma birra mas conversando tentando organizar a situação de uma maneira que não venha a ferir os sentimentos dela e denegrir ela como ser humano que é conseguimos driblar os problemas afinal é conversando que nos entendemos.

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Mariana Lacerda

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.

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