ATÉ QUE PONTO ISSO É IMPORTANTE? A DISCIPLINA POSITIVA E A ESCOLHA DAS BATALHAS

criança chorando sentada no chão

Existe um lema chamado “até que ponto isso é importante?” que acredito como uma estratégia ou como uma ferramenta que pode nos ajudar na educação das nossas crianças.

Sabe aquela luzinha que precisamos nos momentos em que vemos a criança fazendo alguma coisa e não sabemos se chamamos atenção ou não, se colocamos limite ou não, e bate a dúvida não só sobre o que fazer, mas se fazer naquele momento.

Escolha suas batalhas na educação dos filhos

O Thiago Queiroz, um educador parental em disciplina positiva, que eu admiro bastante, tem um canal chamado “Paizinho Vírgula”. Ele usa a seguinte expressão: “escolha suas batalhas”. Como eu gosto dessa expressão! Se você ficar batalhando com seu filho ou com sua filha o dia inteiro, todo mundo ficará exausto.

Então, em algum momento, precisamos escolher as nossas batalhas, aquilo que realmente vamos gastar toda a energia — ou ponderar se é algo que podemos ceder e ficar tudo bem.

Ensinaram para a gente que precisamos corrigir a criança o tempo todo — “se você não corrigir naquele momento, naquele segundo, tudo vai por água abaixo, já era, o seu filho vai ser mal educado”.

Até que ponto isso é importante na educação dos filhos?

Mas as coisas não são bem assim. Então, quando falamos sobre “escolha suas batalhas”, entendemos que é preciso olhar para a situação e verificar se realmente é vale a pena investir energia, conversar com a criança, lidar com aquele conflito ou se posso deixar passar.

O lema que comecei a falar “até que ponto isso é importante”, diz respeito a isso, porque trata-se de uma decisão única exclusiva de cada pessoa. Eu nem outra pessoa pode te dizer o que fazer, se está certo ou errado. Essa decisão é individual de cada pai, de cada mãe, de acordo com seus valores e com as coisas importantes para si.

Se seu filho derramou leite no chão, até que ponto isso é importante? Se isso for muito importante para você, se lidar com isso for muito importante para você, então vai, senta, olha nos olhos, abaixe-se, use empatia, acolhimento, foco nas soluções e as ferramentas da disciplina positiva disponíveis para você.

Agora, se você olha para essa situação e entende que ela não é tão importante, aproveite o momento com seu filho, deixe o leite derramado lá, vá passar um tempo com ele, fazer outras coisas, preocupar com outras coisas.

Escolher batalhas no lado positivo

Escolher as batalhas não quer dizer brigar, guerrear com a criança, é somente uma expressão para quando escolhermos uma correção, se pontuar, colocar algum limite — claro, considerando lógicas respeitosas, amorosas e saudáveis, tanto para você, adulto, quanto para a criança.

Pensar “até que ponto isso é importante” pode nos ajudar bastante a decidir essas pequenas batalhas do dia a dia, e não ficarmos exaustos por ter que dar conta de tudo o tempo todo.

Eu acredito, também, que esse lema pode nos ajudar a conectarmos mais com a criança, porque nos conectamos com a gente mesmo, pensamos se aquilo realmente é importante ou não e, assim, ajudamos a criança a se conectar consigo. Com isso, conquistamos mais tempo de conexão, mais tempo para estar junto e em paz.

Quando não paramos para pensar sobre isso, os conflitos ficam maiores e acontecem o tempo todo. Mas os conflitos não precisam acontecer o tempo todo. Então te convido a parar e pensar, “até que ponto isso é importante?” Conte comigo.

Espero que tenha gostado dessa dica! Me conta aqui o que você achou.

 

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4 respostas

  1. Mari, estou com um bebê de 1 mês e tenho um filho de 3 anos, que tem se mostrado muito difícil comigo e com o pai. Todos os dias temos nossas batalhas em casa por conta dos comportamentos dele. Como lidar com essa fase da melhor maneira? Com
    O bebê ele é muito carinhoso, mas está muito manhoso, chora para tudo, grita, se esguela quando contrariado!!!!

  2. Achei libertadora. Como educadora enfrento desafios diários como esse. Estou desgastada pelos conflitos gerados daquilo que é realmente importante.Obrigada!Continue com suas dicas , elas são de grande valia.

  3. Tenho um menino de 05 anos e em agosto, comecei a administrar um parquinho num mercado aqui em Caçapava. Ele sempre foi uma criança calma e tranquila, mas acho que por causa das crianças, ele se tornou agressivo, chega a dar empurrões e até bater nas crianças. Procuro coloca lo em todas as brincadeiras. Não o ídolo, mas as vezes, ele exagera tanto, que preciso coloca lo na cozinha sozinho para ele pensar sobre o que está fazendo. Gostaria de saber o que posso fazer para que ele saiba que eu cuido das crianças, mas que ele é o mais importante para mim.

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Mariana Lacerda

Mariana Lacerda é TERAPEUTA OCUPACIONAL, MESTRE em Ciências da Reabilitação e DOUTORANDA em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG e EDUCADORA PARENTAL em Disciplina Positiva certificada pela Positive Discipline Association.

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