Hoje eu gostaria de falar com você sobre “foco nas soluções”. Essa é uma ferramenta da Disciplina Positiva que nos desafia a sair um pouco de alguns paradigmas atrelados à nossa educação e que vivenciamos no nosso dia-a-dia não só em relação às crianças, mas aos adultos e ao nosso trabalho.
Aprendemos a focar nos nossos erros e nos erros das pessoas. Estamos sempre focando no erro e, aí, vem a culpa, o mal-estar, e nos sentimos pessoas péssimas e horríveis.
O que a nossa criação diz sobre o foco nos erros
Tudo isso se deve um pouco a esse modelo de criação: toda vez que a gente erra, se torna um grande problema, e ficamos tão focados nesse erro ou a uma pessoa que está lidando com a gente, que tapamos os olhos para as soluções. A gente tem dificuldade de olhar para soluções, em como podemos resolver, juntos, aquele problema ou situação.
Se a gente focasse mais nas soluções e aproveitasse essa ferramenta da Disciplina Positiva, não teríamos tantas batalhas; olharíamos para aquele erro e falaríamos: “bom, o que posso aproveitar desse erro e como posso resolver esse problema?”.
A resolução de problemas é uma função executiva do nosso cérebro, mas precisamos desenvolvê-la. Se não a praticarmos, de nada adianta, então, devemos começar trabalhando a resolução dos problemas em nós.
O que acontece quando focamos apenas no erro
Enquanto ficamos completamente focados no erro, não conseguimos avançar. Com as crianças, fazemos muito isso: queremos que elas acertem o tempo todo, que atendam às nossas expectativas, aos nossos desejos, sonhos e planejamentos. Mas cada vez que elas saem desse lugar de acerto, são culpabilizadas, punidas e até prejudicadas.
Precisamos avaliar até que ponto é, de fato, importante enaltecer os erros. Será que é um erro tão grave assim? Será que é melhor gastarmos toda a nossa energia se culpando e culpando a criança por conta de um erro ou é melhor a gastarmos nossa energia buscando uma solução?
Foco na solução na Disciplina Positiva
Às vezes queremos tanto que elas acertam que até já damos a resposta, sem dar tempo de elas virem com a solução. Mas é muito importante darmos esse espaço para elas desenvolverem a habilidade de resolução de problemas.
Então, quando perguntamos: “quais soluções você tem para esse problema, como você gostaria de resolver isso?”, estamos dando espaço para elas aprenderem e praticarem.
Mas quando falo sobre essas frases nos meus workshops e treinamentos, em um primeiro momento, algumas pessoas ficam na dúvida se a criança vai ser capaz de responder com a solução. Acontece que as crianças têm um lado de cooperação muito grande, então são capazes de criar soluções maravilhosas.
Às vezes são soluções muito criativas, engraçadas e diferentes das que a gente, talvez, experimentaria, mas precisam ter essa chance de pensar e falar. Então, meu convite para você, hoje, é que pergunte mais para o(a) seu filho(a) como gostaria de resolver uma situação e qual solução tem. Que a gente comece a experimentar a fazer perguntas e focar mais na solução e menos nos erros.
Me conta, isso faz sentido para você? Como tem sido esse exercício na sua casa?
Com amor, Mari.