Um dos maiores desafios para aplicar a disciplina positiva na educação dos filhos e seguir a proposta educar com respeito as crianças é lidar com a pressão social. Nossa sociedade como um todo ainda prega violência, acredita que o controle vem do poder e reforça a crença de que, para você ser um bom pai ou uma boa mãe, precisa punir o seu filho quando ele comete um erro.
Para quem já assimilou o propósito da educação com respeito, nada disso faz mais sentido. Mas para quem ainda não olhou para essa dor e ainda mistura educação com autoritarismo, a nossa realidade parece absurda.
Nesse conflito de ideias opostas, em diversos ambientes, especialmente os públicos ou com pessoas que não acreditam no mesmo que nós, presenciamos julgamentos, olhares, falas e posicionamentos que se misturam com a nossa busca pessoal e com a nossa vontade de fazer diferente.
De repente, nos vemos numa encruzilhada. Agir com o nosso coração, com o que acreditamos, ou agir com o que estão nos “pedindo”?
Evitar a pressão social é diferente de evitar as pessoas
Jane Nelsen, criadora da disciplina positiva, nos diz: “evite a pressão social”. Isso quer dizer para evitarmos as pessoas com pensamentos diferentes dos nossos? Não, de jeito nenhum. Isso quer dizer para cuidarmos das nossas convicções, fortalecendo e empoderando aquilo que buscamos e acreditamos para que, quando a pressão social chegar, possamos evitá-la, e não mergulhar nela.
Não vamos evitar as pessoas, mas vamos evitar a pressão. Vamos criar uma espécie de proteção interna para que essa pressão não nos atinja a ponto de nos distanciar de nós mesmos e do nosso propósito. Vamos estar seguros do que estamos escolhendo para os nossos filhos a ponto de simplesmente não nos importarmos com o que a outra pessoa pense, diga ou julgue.
Uma das coisas que realmente importa na educação dos filhos é o caminho do coração seguido por nós, e não o caminho do medo. Não estaremos agindo pelo medo de perder o controle, de não sermos bons pais, do que vão dizer de nós ou mesmo do receio da criança virar rebelde. Estaremos agindo com o nosso coração, confiante no caminho trilhado, com efeitos a longo prazo, não imediatos.
Preencha seu coração e mantenha-se firme
Se você tem um coração que confia que a criança merece amor, respeito e dignidade em todas as suas experiências, que sabe o quão desafiador é aplicar a disciplina positiva é quebrar antigos padrões, mas que está disposto a se entregar nesse processo, você tem o suficiente.
Hoje eu quero deixar essa reflexão para você. Esse exercício de olhar para si mesmo(a) e identificar o que você pode fazer para se proteger da pressão social. Como você pode cuidar disso para não se perder nos seus objetivos com a educação com respeito?
Cada um vai encontrar um caminho, o seu jeitinho, a sua estratégia. Mas o mais importante é lidar com a pressão social na educação dos filhos de forma consciente. É isso que estamos buscando aqui.
Com amor, Mari.