Mãe e filhas se abraçando sorridentes

Corrigir a criança pede conexão: saiba como

Já perceberam que muitas vezes nós adultos gastamos muita energia buscando diversasformas de corrigir a criança, pensando no que vai acontecer se não fizermos isso?

Ficamos focados na correção. Estatelados. Fixados na correção. Parece que se não corrigirmos a criança naquele segundo, já era! Ela será mal educada para sempre, terá esse mau comportamento para sempre!

Será mesmo gente? Será que precisa dessa pressa toda para corrigir? Será que não temos tempo nem de respirar para pensar melhor no que fazer?

Será que quando a gente corrige no calor das nossas emoções a gente consegue de fato ensinar alguma coisa para a criança ou consegue ter empatia e respeito por ela ou o que acontece é apenas a interrupção de um mau comportamento?

Muitos métodos de disciplina nos oferecem fórmulas mágicas e maneiras de lidar com o comportamento da criança preocupados apenas em interromper um mau comportamento. Muitos métodos não se dão ao trabalho de nos apoiar a entender o que está por trás do comportamento ou a entender as necessidades da criança reconhecendo que um mau comportamento pode ser reflexo de diversas emoções.

Ai vem a Disciplina Positiva e nos trás essa riqueza de reflexão:

Conexão antes da correção

O que seria essa ferramenta? Cada um de nós sabe intimamente no seu coração o que primeiro te conecta com você mesmo, aquilo que faz você não perder o prumo (tem gente que conta até dez, outros põem os pés no chão, outros fecham os olhos). Também sabemos intimamente o que nos conecta com as nossas crianças, aquilo que só nós e elas fazemos juntos e que ninguém mais faz.

Então, o que a gente pode fazer nos momentos de conflito, de explosão, e antes de perder o controle é nos conectar. Nos conectar com a gente mesmo e com as nossas crianças. E só depois de ambos estarmos nos sentindo melhor, aí sim é possível trocar uma ideia sobre o que houve e pensar em soluções juntos.

Sim, pensar em soluções junto com a criança. Sair do foco do erro, do “ porque você fez isso?” para “como você pode fazer da próxima vez?”.

É dar a chance da criança desenvolver habilidades de autocontrole e deresolução de problemas.

Essa é a grande diferença da Disciplina Positiva para outros métodos. O foco é nos objetivos a longo prazo, nas habilidades e características de vida e sociais que queremos ajudar as crianças a desenvolverem. O foco não é na mudança do comportamento. O foco não é em eliminar o mau comportamento. O foco é em como estamos nos conectando e gerando relações saudáveis com os pequenos.

Quando nos conectamos com a criança, ela se sente aceita, amada e importante. E não há mal nenhum em se sentir assim. Pelo contrário, todo ser humano precisa mesmo é se sentir amado, aceito e importante. Todos nós precisamos nos sentir pertencentes e sentir que temos significado. Se somos ignorados, se estamos desconectados do nosso primeiro amor (pai e mãe), não conseguimos nos sentir amados, aceitos e importantes e vamos buscar isso em outros lugares ou pessoas, normalmente de maneiras não muito saudáveis.

A gente precisa cuidar. Cuidar das nossas relações com as crianças, cuidar daquilo que desejamos de fato imprimir nelas. A gente precisa de conexão.

Com amor,
Mari

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Dra. Mariana Lacerda

Terapeuta ocupacional, Mestre em Ciências da Reabilitação e Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG.

Uma abordagem baseada em afeto e respeito para transformar a educação de crianças e jovens.

Aprenda como lidar com as explosões emocionais das crianças de forma respeitosa e eficaz.

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