Durante minha caminhada profissional, tenho tido a oportunidade de estudar e me aprofundar em diversas abordagens voltadas para o desenvolvimento e educação infantil, sejam elas com uso prático em casa ou na escola. Meu coração sempre busca aprofundar o estudo com essas abordagens seguindo um forte instinto presente em mim e o desejo de várias famílias as quais pude ajudar: o respeito pelas crianças.
Percebo que vários autores que mencionam educação e criação de crianças estão unidos por esse quesito do respeito pelos pequenos, emitido em suas falas, pensamentos e sugestões práticas. Existem diversas abordagens que olham para a criança com muita amorosidade, compreendendo suas etapas do desenvolvimento, suas necessidades emocionais e físicas, seu potencial.
Quando reflito sobre isso, penso que o respeito nos leva a nos relacionar com as crianças de forma positiva, pois se temos respeito por elas, só poderemos encontrar resultados maravilhosos a curto e a longo prazo.
Alfred Adler, psiquiatra infantil, fundador da psicologia do desenvolvimento individual, acreditava que todos os seres humanos têm direito a dignidade e ao respeito, incluindo as crianças.
Essa reflexão de Adler, mexe muito comigo. Ela me faz pensar que devemos e podemos aplicar esseconceito de direito à dignidade e ao respeito em todas as áreas de relacionamento com a criança. No comportamento, no brincar, na alimentação, na rotina do dia a dia, nos espaços que ela usa e frequenta.É preciso colocar respeito em tudo que eu faço com a criança e em todos os lugares onde ela estiver, porque assim como qualquer um de nós adultos, ela também merece isso.
Na Disciplina Positiva por exemplo, encontramos recursos e estratégias para compreender e lidar com o comportamento da criança com muito respeito. Com ela aprendemos que ser gentis e firmes ao mesmo tempo, o que gera respeito mútuo e senso de aceitação. Quando oferecemos escolhas limitadas (uma excelente ferramenta da Disciplina Positiva), estamos respeitando a criança e ao mesmo tempo dando limites e oferecendo mais de uma possibilidade para que ela possa ter vez e voz.
Na Criação com Apego, respeitamos as necessidades emocionais da criança e provemos a ela o que for necessário para que ela se sinta segura, seja através do colo, da presença segura, ou através de cama compartilhada e livre demanda, enquanto percebe-se que a criança tem essa necessidade.
Já na abordagem Montessoriana, acredita-se que os espaços devem ser apropriados para as crianças, espaços que a conduzem para sua autonomia e independência, respeitando suas capacidades e sua inteligência.
Emmi Pikler nos ensina que o respeito ao movimentarmos o bebê, avisando a ele o que faremos antes, usando toques e mãos suaves, passa segurança e afeto.
Pequenos exemplos para nos mostrar como é possível reunir diversas maneiras de agir com a criança de forma respeitosa.
Educar com respeito mantém nosso foco em prover para a criança amor, respeito, conexão, valorização, liberdade com limites, autonomia, segurança, vínculo e presença. Acredito que osbenefícios adquiridos quando decidimos educar com respeito são vistos e percebidos já na infância, quando vemos crianças seguras de si mesmas, confiantes, independentes, criativas e expansivas. Crianças que conhecem suas emoções, seus limites. Encontraremos os mesmos efeitos porém em proporções ainda mais extensas a diversas áreas da vida, no futuro dessas crianças quando elas forem adultas e seguras de si.
É possível educar com respeito e dignidade, talvez seja até mais desafiador, pois demanda do adulto mais paciência e energia para não desistir do seu objetivo, e claro que existem outras formas de educar com respeito, mas na minha trajetória pessoal e profissional acredito que todas essas abordagens que mencionei realmente se comprometem a ensinar maneiras eficientes e amorosas para educar com respeito.
Precisamos espalhar essa mensagem de amor e conexão para com as crianças. Elas merecem, todos nós merecemos.
Com amor,
Mari.