mãe, branca, jovem, cabelos longos, lisos e castanhos, vestida com blusa de lã e calça jeans, segurando o seu filho de aproximadamente três anos pelos braços, e o girando. Estão na natureza, com um montanha ao fundo.

Como desenvolver a autoaceitação e a autoestima da criança?

É muito provável que você já tenha lido, escutado ou estudado sobre a percepção dos elogios na perspectiva da educação com respeito. Qual é a reflexão nesse sentido? 

As crianças têm necessidade de se sentirem aprovadas o tempo inteiro, principalmente pelos pais e pelos adultos de referência. 

O nosso grande exercício é trazer para elas a noção de autoaprovação. Não é que é proibido expressarmos o que pensamos e sentimos quando elas fazem algo buscando aprovação, a gente pode e deve elogiar…é que esse não deve ser o ÚNICO foco.  

Como elogiar a criança e desenvolver sua autoaceitação ao mesmo tempo?

Se a criança pergunta “mamãe, você gostou do que eu fiz? Você achou bonito?”, eu posso responder coisas como: 

  • “Eu achei muito bonito! E você? O que achou?”; 
  • “O que você achou é mais importante do que eu achei!”; 
  • “Como você se sentiu fazendo isso?”; 
  • O que você sente no seu coração?”; 
  • “Parece que está feliz com o que fez! Parece que está orgulhoso(a) de você mesmo(a), né?”: 
  • “Você deve estar orgulhoso(a) de você mesmo”. 

Está tudo bem responder para a criança quando ela busca nossa aprovação, mas devemos sempre trazer de volta para ela o senso de autoaprovação. 

Eu posso até querer saber o que os outros pensam, mas o que vale mais? 

É sempre bom pensarmos: “o que é mais forte e importante? Aquilo que eu penso sobre mim!”. E sabemos como esse tipo de reflexão é significativa! Quantos de nós passamos a vida buscando aprovação externa e não sabemos encontrar um recurso interno que nos mostre a autoaprovação? 

Quantos de nós precisamos de apoio e suporte profissional para descobrir que não precisamos de aprovação externa, pois a interna é suficiente? Pensando na lógica da educação com respeito, em que trabalhamos com as crianças habilidades de vida, emocionais e sociais, quando ela traz a necessidade de aprovação, é uma grande oportunidade de ensinarmos o auto-valor, independentemente do que o outro acha.

Quer dizer que a opinião dos pais não vale nada? 

Não precisa ser 8 ou 80, ok? A opinião da criança sobre ela mesma deve ser o maior foco, em todos os sentidos, seja sobre algo que ela tenha feito ou sobre sua  personalidade. O tempo inteiro precisamos ajudá-la a construir isso. 

Se a criança fizer, por exemplo, coisas que dão muita vontade de bater palma, elogiar e comemorar, claro que vamos manifestar essa alegria! O ponto é apenas termos consciência do objetivo disso. 

Aprenda como lidar com as explosões emocionais das crianças de forma respeitosa e eficaz.

Quando não é saudável comemorar uma ação positiva da criança?

Você vai concordar comigo que temos a tendência de elogiar quando a criança se comporta dentro da nossa expectativa. Esse é um lugar de manipulação, para que ela entenda que é para continuar fazendo aquilo.

O lugar que não é saudável da comemoração é esse, quando contribuo para que a criança dependa da minha aprovação e se comporte de determinada maneira para me agradar, e não porque ela entende que é saudável.

Agora, as comemorações, os elogios, os sorrisos, as palavras amorosas que vêm naturalmente de celebração sobre algo que ela está conquistando, simples e puramente com a intenção de revelar o quanto aquilo nos causa emoções positivas, são essenciais.

O caminho é termos consciência e nos observarmos como pais 

É basicamente pensar: “estou elogiando com qual objetivo? É para manipular? É para fazer a criança continuar repetindo aquele comportamento que eu quero? É para continuar me agradando? Ou realmente senti uma emoção positiva? Eu uso desses momentos para ajudar a criança a criar essa força interna do seu auto valor e da própria percepção positiva? Ou eu simplesmente falo o que eu acho e não trago a pergunta de volta para ela?”. 

Espero ter esclarecido esse ponto porque sei que traz muitas dúvidas!

Até a próxima,

Mari.

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Foto de  Dra. Mariana Lacerda

Dra. Mariana Lacerda

Terapeuta ocupacional, Mestre em Ciências da Reabilitação e Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG.

Uma abordagem baseada em afeto e respeito para transformar a educação de crianças e jovens.

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