Quantas vezes você se dedica a valorizar, encorajar e mostrar para os seus filhos as características positivas que possuem? A minha sensação é que ficamos tão preocupados e ansiosos em colocar limites, que é como se tivéssemos o radar dos comportamentos negativos.
É como se já esperássemos pelo comportamento desafiador para falar: “vou te mostrar o que você não pode fazer”. Acabamos entrando numa espécie de neurose de que precisamos sempre ensinar alguma coisa — mal sabemos que as crianças nos ensinam muito mais, e que estão nas nossas vidas justamente para isso.
Quais são as qualidades do seu filho?
Muitas vezes perdemos oportunidades maravilhosas de conhecer os nossos filhos sob aspectos positivos, e de deixá-los saber o quanto os admiramos, temos orgulho e os valorizamos.
Parece que estamos sempre buscando algo de ruim que tenham feito para exercermos nosso papel de pais. Às vezes temos medo de viver coisas boas e valorizar o que eles estão fazendo de bom. Parece que somos um complexo de superioridade deles e temos necessidade de reforçar isso.
Os maiores medos dos pais
Aí eu me pergunto: por que temos medo de exagerar na dose positivamente, mas, não, na dose negativamente? Criticamos, punimos, dizemos que a criança está errada, mas não nos preocupamos se isso pode atrapalhar a autoestima dela, a forma como ela se vê e, com isso, desconstruir sua autoconfiança.
Temos medo de nos tornarmos permissivos, de elogiar demais e atender às necessidades das nossas crianças. Por que será que temos medo de abrir o nosso coração?
“Se você não educar seus filhos, vai ter pequenos monstros em casa”. Quem nunca ouviu algo do tipo? E eu acho tão pesado olhar para a criança dessa forma! Acredito que o nosso maior medo deveria ser o de não nos conectarmos com os nossos filhos, porque não tem nada pior do que não se enxergar nessa relação.
Tememos que a criança seja mal-educada, fale palavrão, tenha comportamentos ruins na escola, bata em outras crianças… Mas não temos, na mesma medida, medo de não criar uma relação afetiva com elas.
O sentido da conexão na educação dos filhos e as nossas prioridades
Não estou dizendo que quando passarmos a nos conectar mais com nossos filhos vamos deixar de nos preocupar em educar, apenas que é importante revermos o que é prioridade.
Acredito que a prioridade principal deva ser conquistarmos um relacionamento afetivo e amoroso com os filhos para a vida toda. Depois, é educar e ensinar por meio de maneiras respeitosas e amorosas — que validem essa conexão.
Se tivermos como prioridade educar e corrigir, vamos nos esquecer da conexão com elas, e esse processo vai se tornando cada vez mais difícil. Fica aqui esse assunto para pensarmos juntos.
Com amor, Mari.