Frequentemente nós adultos usamos o ELOGIO como um recurso para motivar a criança a um bom comportamento. Algumas vezes usamos esse recurso naturalmente, porque queremos mesmo que a criança se sinta apoiada. Temos a intenção de que ela se sinta fortalecida na sua autoestima. Por outras vezes, usamos o recurso do elogio com intenção de conquistar nossas expectativas sobre a criança, de fazer com que ela nos atenda nos nossos desejos.
É importante identificarmos qual a real intenção ao usar esse recurso, pois a longo prazo, podemos nos deparar com a seguinte situação: a criança, que deseja profundamente se sentir amada, aceita e importante, percebe que agradou o adulto e que está deixando o adulto “feliz”. Uma vez que ela tem essa percepção, ela pode se colocar no lugar de desejar sempre agradar o adulto para que ele fique “feliz” e assim ela consegue se sentir amada, aceita e importante. O resultado desse ciclo é muitas vezes uma DEPENDÊNCIA da aprovação externa. Quando se sente “aprovada” a criança entende que também é amada.
Essa mistura de sentimentos e esse efeito a longo prazo que nem sempre paramos para refletir sobre, pode ser trabalhado se pensarmos em usar mais o ENCORAJAMENTO do que o elogio. No elogio usamos muito “eu”.
>> “EU estou tão orgulhosa de você”.
>> “EU estou feliz que você me escutou”.
>> “EU gostei do que você fez”!
>> “Ótimo! Era o que EU estava esperando”.
Se nossa intenção é usar o elogio como um recurso para reforçar a autoestima da criança, precisamos falar dela, ou perguntar como ela se sente! Assim ela pode ter a oportunidade de pensar e sentir sobre sua própria opinião e não depender da opinião externa para confiar e acreditar em si mesmo. Por exemplo:
>> VOCÊ se esforçou bastante; VOCÊ merece.
>> VOCÊ deve estar orgulhoso de si mesmo. Como VOCÊ se sente a respeito disso?
>> VOCÊ encontrou uma solução sozinho.
Construir o elogio focado na criança e não no adulto é o que chamamos na Disciplina Positiva de encorajamento.
Com amor,
Mari.