Crianças pintando uma tela com um adulto observando

A diferença entre elogio e encorajamento

Frequentemente nós adultos usamos o ELOGIO como um recurso para motivar a criança a um bom comportamento. Algumas vezes usamos esse recurso naturalmente, porque queremos mesmo que a criança se sinta apoiada. Temos a intenção de que ela se sinta fortalecida na sua autoestima. Por outras vezes, usamos o recurso do elogio com intenção de conquistar nossas expectativas sobre a criança, de fazer com que ela nos atenda nos nossos desejos.

É importante identificarmos qual a real intenção ao usar esse recurso, pois a longo prazo, podemos nos deparar com a seguinte situação: a criança, que deseja profundamente se sentir amada, aceita e importante, percebe que agradou o adulto e que está deixando o adulto “feliz”. Uma vez que ela tem essa percepção, ela pode se colocar no lugar de desejar sempre agradar o adulto para que ele fique “feliz” e assim ela consegue se sentir amada, aceita e importante. O resultado desse ciclo é muitas vezes uma DEPENDÊNCIA da aprovação externa. Quando se sente “aprovada” a criança entende que também é amada.

Essa mistura de sentimentos e esse efeito a longo prazo que nem sempre paramos para refletir sobre, pode ser trabalhado se pensarmos em usar mais o ENCORAJAMENTO do que o elogio. No elogio usamos muito “eu”.

>> “EU estou tão orgulhosa de você”. 
>> EU estou feliz que você me escutou”. 
>> EU gostei do que você fez”! 
>> “Ótimo! Era o que EU estava esperando”. 

Se nossa intenção é usar o elogio como um recurso para reforçar a autoestima da criança, precisamos falar dela, ou perguntar como ela se sente! Assim ela pode ter a oportunidade de pensar e sentir sobre sua própria opinião e não depender da opinião externa para confiar e acreditar em si mesmo. Por exemplo:

>> VOCÊ se esforçou bastante; VOCÊ merece. 
>> VOCÊ deve estar orgulhoso de si mesmo. Como VOCÊ se sente a respeito disso? 
>> VOCÊ encontrou uma solução sozinho. 

Construir o elogio focado na criança e não no adulto é o que chamamos na Disciplina Positiva de encorajamento.

Com amor,
​Mari.

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Dra. Mariana Lacerda

Terapeuta ocupacional, Mestre em Ciências da Reabilitação e Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFMG.

Uma abordagem baseada em afeto e respeito para transformar a educação de crianças e jovens.

Aprenda como lidar com as explosões emocionais das crianças de forma respeitosa e eficaz.

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